A POLÍTICA DA NOSTALGIA: UM ESTUDO DAS FORMAS DO PASSADO

PIASON, NATALI
NANKIN EDITORIAL

68,00

Sob encomenda
7 dias


Através da análise da nostalgia, este estudo examina o processo que levou à invenção e cristalização de uma maneira especificamente moderna de dar forma ao passado e ao relacionamento com os mortos. Primeiro, no capítulo inicial, reconstitui-se o nascimento da palavra e do conceito de nostalgia, desde a sua criação pelo médico suiço Joyannes Hofer em 1688 até sua consolidação como uma doença da memória da Europa dos séculos XVIII e XIX. O segundo capítulo, com baseprincipalmente em leitura s de alguns textos de Marx, busca mostrar como a nostalgia aos poucos se tornou um problema de outra natureza, com o afeto pelo passado sendo acusado de ser politicamente repreensível e empiricamente insustentável. As duas acusações dependem de um a maneira particular de entender o passado e a história: é só quando o movimento da história passa a ser visto como necessariamente emancipador: progressivo e racionalmente compreensível que o apego ao passado pode ser condenado como uma aberração po lítica e um obstáculo irracional. Partindo dessa visão de mundo, vários discursos criaram fórmulas para definir a reação adequada à morte do outro, com linguagens diferentes frequentemente produzindo uma mesma estrutura. A segunda parte do estudo - os três capítulos seguintes - busca, através da leitura de alguns textos narrativos da literatura hispano-americana da segunda metade do século XX, identificar algumas maneiras de entender o lugar da nostalgia e do luto na modernidade. As análises de três romances latino-americanos, Pedro Páramo, Paradiso e En estado de memoria, conduzem a uma discussão da representação da morte moderna e à exploração das consequências, para o pensamento, para a literatura, para a política e para a ética, de d iferentes formas de se pensar a relação entre o presente e o passado e entre os vivos e os mortos. Sobre o autor: Marcos Piason Natali nasceu em Campinas em 1971 e é mestre e doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Chicago. É profess or no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP desde 2003.