IDOLOS DE BARRO

VARGASESPIRITO, ANA CRISTINA - ANTONIO , JOSE
VIDA & CONSCIENCIA

49,40

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A história é ambientada na Europa (Paris e Berlim, com algumas informações da Rússia) do período entre guerras (1916/18 a 1939), mostra inicialmente a devastação da Primeira Grande Guerra e as mudanças sociais que produziu e avança nas décadas seguintes mostrando a construção política, econômica e emocional da Segunda Guerra Mundial. O romance narra a história de Irina, uma jovem prostituta russa, de beleza ímpar, que chega a Paris em 1917. Seu sonho é tornar-se uma rica cortesã, uma estrela nos cabarés parisienses. Sua única referência é a aposentada vedete Lilly, antiga parceira de Dolly, uma amiga de ambas, já falecida. Lilly amarga a pobreza e a decadência, vive nas zonas mais pobres de Montmartre. Irina a procura pedindo ajuda para estabelecer-se profissionalmente e, juntas, elas embarcam na aventura de ir da prostituição ao estrelato. Superando todos os desafios e com uma força de vontade inabalável, Irina conquista fama e fortuna. Juventude, beleza e talento para seduzir uma pessoa ou uma plateia, eram dons que ela possuía. Aparentemente, alcançou tudo o que desejava, tornou-se rapidamente a Divina. Mas não falava do passado, nem da família. Escolhia entre os homens mais ricos os seus amantes. Ela construiu para si mesma um personagem: a Divina Irina, uma mulher sem passado, cínica, dura e irônica, realista e senhora de uma visão amarga da vida. Materialista, inconsciente e inconsequente, profundamente egoísta. Dizia que uma vagabunda apaixonada era algo ridículo. Tornou-se tão boa atriz que ela mesma acreditou e ignorou seus anseios por amar, por ter uma vida simples, um lar, uma família, um homem para amar e ser amada, por ser simplesmente Irina. Em um passeio solitário, inesperadamente encontra com Paul Gaultier e se envolvem em um amor de muitas vidas, uma paixão que os cegava. Ambos artistas, apaixonados, afins em tudo, menos na visão de vida. Paul Gaultier havia amadurecido nas experiências anteriores e se espiritualizava. Ela reluta em envolver-se com ele, mas a força dos sentimentos vence a fria razão. Vivem um romance tórrido, apaixonado e terno. Ela abandona a prostituição, e realmente vive da arte dramática e da dança. Ele também próspera e deixa de ser um pintor de retratos para envolver-se com o movimento de arte moderna e conquista relativo sucesso. A vida corre feliz, até que Paul Gaultier morre em um acidente de carro e ela fica gravemente ferida. Então, o amor que algema aparece. Eles não conseguem se afastar. Ela mergulha em uma depressão profunda, perde tudo que conquistou. E ele, por algum tempo, não consegue afastar-se dela. Ambos não aceitam a morte e a separação, juntos, desesperados, um de cada lado da vida, desequilibram-se. Há a intervenção das mentoras espirituais do casal, buscando conscientizá-los. Gaultier aceita e luta bravamente para equilibrar-se, assumir plenamente a sua individualidade e entender que amar com liberdade é mais do que não ter ciúme, não ser possessivo em relação ao outro. No plano espiritual equilibra-se e inicia um trabalho envolvendo a pintura como terapia para espíritos emocionalmente perturbados. Irina, após o afastamento espiritual do companheiro, melhora da depressão. Contrariando as expectativas médicas volta aos palcos e recupera a antiga fama. No entanto, o preço é alto. Volta a prostituir-se, muda-se para Viena, onde é outra vez, uma mulher sem passado. Ressurge a personagem, a Divina Irina, e ela envolve-se com alemães nazistas. Numa cilada, acaba em Berlim trabalhando para a máquina de propaganda nazista. Acaba como amante de um rico industrial alemão financiador do partido nazista, na casa dela, traçaram-se plano, estratégias, negócios que redundavam em mortes e barbárie. Nada a interessava, não se importava, preocupava-se unicamente com seus interesses e em afogar a dor íntima da morte de Gaultier nunca superada. Ela não fez nada. Não agiu com uma metralhadora na mão. Não arquitetou, nem manipulou uma pessoa ou um povo. Era alguém simples, que salvo o talento artístico e a arte de seduzir, se perderia na multidão, sendo mais um rosto bonito em meio a tantos outros. Não havia nela, aparentemente, nenhuma emoção profunda, nenhum ideal, nenhum sonho, nem tampouco uma vivaz inteligência. Ela vivia o dia presente sem outra expectativa além de vê-lo consumir-se no gozo de seus interesses pessoais, de sua ambição de bem viver. Temas abordados: apego, reencarnação, morte, superação, preconceitos, autoconhecimento.