Viagem numa peneira

Lear, Edward
ILUMINURAS

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  O desenhista, pintor e escritor inglês Edward Lear (1812-1888) é considerado um dos pais da literatura nonsense vitoriana, junto com Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas.   Em 1846, Lear publicou seu primeiro livro de poemas, A Book of Nonsense (Um Livro de Nonsense), com versos breves escritos para crianças e acompanhados de ilus­trações do próprio autor. O sucesso do livro foi tanto que, na terceira edição, Lear finalmente assinou o livro com seu próp rio nome – naquela época, os livros para crianças eram publicados anonimamente, ou sob pseudônimo.   Lear visitou muitos países e, por isso, foi longe da Inglaterra que escreveu seu “mais importante nonsense”. São desse período de intenso desloc amento suas histórias em prosa e verso, suas canções, além de sua botânica e de seus abecedários, reunidos neste livro ao lado dos célebres “limeriques”.   Que prazer conhecer Edward Lear na tradução de Dirce Waltrick do Amarante! Toda a graça d os limeriques e canções permanece viva e leve na roupagem brasileira, permitindo a “miúdos e graúdos” o acesso a esse tesouro da literatura nonsense inglesa.   Enquanto as crianças se divertem e fortalecem seus laços naturais com o potencial lúd ico da linguagem, os adultos podem se informar sobre a origem e a importância do autor e de sua obra, em textos que, não prescindindo do conhecimento preciso e rigoroso da especialista, são plenamente acessíveis aos que apenas se iniciam nesse mundo fantástico, tão distante e tão próximo do nosso.   Dirce Waltrick do Amarante, autora de uma tese sobre Edward Lear, consegue a proeza de criar novas rimas e nova modulação rítmica em português sem que os versos percam a ligação necessária com a s ilustrações, que nasceram junto com a poesia, pela mesma pena de Lear. Aqui a erudição não incide com seu peso sobre a leveza dos poemas, mas fica atenta, nas margens do puro deleite, pronta para esclarecer e guiar aqueles cuja curiosidade certamen te será despertada por esse conjunto inédito de criações learianas.   Viajar nessa peneira, em meio a uma paisagem para lá de inusitada, na mais fina companhia de bichos e gentes nonsênsicos é um presente que nós leitores agradecemos de coração. Myriam Ávila