Personae

Schwartz, Madalena
COMPANHIA DAS LETRAS

139,90

Indisponível

Nascida em 1922, em Budapeste, Madalena Schwartz emigrou para a Argentina aos treze anos e em 1960 radicou-se em São Paulo. Tinha uma lavanderia na rua Nestor Pestana, e era este o trabalho que a sustentava. Ignácio de Loyola Brandão, que a conheceu nessa época, conta que a via sempre "encolhida e tímida atrás do balcão, observando os fregueses com olhos enormes e ansiosos". Começou a aprender fotografia em 1966, aos 44 anos, e, a partir de então, o que poderia não ter passado de um hobby consol idou-se como atividade profissional, sobretudo na área de fotojornalismo.Maria Bonomi fala sobre Madalena: "Ela ficou sabendo tudo de mim quando me fotografou"; ela "capta a partitura interior de cada um, cada coisa é sugada e exposta em papel fotogr áfico" - e esse é um comentário que pode ser estendido a todas as fotografias reunidas em Personae.São 66 retratos de gente conhecida no Brasil - atores, escritores, políticos, artistas plásticos, intelectuais, figuras públicas - que a lente de Madal ena Schwartz colecionou pacientemente ao longo dos anos, sempre revelando alguma coisa que parece estar além do objeto em preto e branco. Os nomes são muitos e variados: Joãozinho Trinta, Darcy Ribeiro, Millôr, Jaime Lerner, Caetano Veloso, Chico e S érgio Buarque de Holanda, dom Hélder Câmara, Mãe Menininha do Gantois, Drummon, Mario Schenberg, Lula, Jânio, Clarice Lispector, Júlio de Mesquita Filho, Elke Maravilha etc.Todos os retratos dão a impressão de conter dois pontos de vista e de express ar dois modos de ser: o da fotógrafa e também o da figura retratada. Madalena nos faz ver as pessoas e, ao mesmo tempo, mostra a si mesma através delas. Nas palavras de Maria Bonomi, ela "interpreta o enigma". Ou, como escreve Emanuel Araújo, cada pe rsonagem retratado "está lá, fixado em um instante do tempo, perpetuado em sua verdade por um olhar cheio de paixão". De certo modo, Madalena Schwartz fotografava a alma.