Pois sou um bom cozinheiro

Moraes, Vinicius de
COMPANHIA DAS LETRAS

119,90

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Nossas memórias afetivas passam por todos os nossos sentidos, principalmente a recordação daquilo de que mais gostamos e que nos dá prazer: a alimentação. Assim é a culinária, e assim foi essa experiência para Vinicius de Moraes. Grande apreciador da boa vida e de suas belezas, o poeta dedicava igual paixão por receitas, pratos e refeições. E isso desde a meninice. Segundo de quatro irmãos, o carioca Vinicius foi criado a pudins e lombinhos, e era de todos o que mais apreciava os sabores da cas a materna (já revelando, desde cedo, sua legendária propensão ao hedonismo). As receitas da infância nunca mais abandonaram o imaginário do poeta, que nelas pensava para sentir conforto quando na solidão do estrangeiro em sua época como funcionário d o Itamaraty. Elaborado em três partes, Pois sou um bom cozinheiro foi organizado pela família de Vinicius e conta com prefácio de sua irmã Laetitia de Moraes. Revisitando memórias distintas, cada parte do livro fornece receitas das mais diversas épo cas da vida do poeta: a infância num Rio de Janeiro quase interiorano, as cozinhas que frequentou e os bares e restaurantes em que mantinha cadeira cativa - além dos bocados de que mais gostava. Tudo maravilhosamente ilustrado por fotos, trechos de p oemas e depoimentos. Surge assim um Vinicius de Moraes que refaz sua vida (e obra) através da comida. Dos pratos que lembram sua infância e que trazia à memória ao sentir a profunda ausência do Brasil, quando longe daqui viveu, Vinicius revivia em de talhes os vatapás e pudins que comia na casa da mãe e avó em descrições irretocáveis o suficiente para que salivemos junto com ele. Também das comidinhas favoritas que sabia cozinhar tão bem e descrevia com o amor do diminutivo, o mesmo que usava par a se referir aos seus parceiros e amigos de vida e criação musical. Pois se, de acordo com o próprio autor, para se viver um grande amor era preciso concentração, o mesmo devotava quando cozinhava ou apenas saboreava um alimento. Uma dedicação e um t rabalho árduo (mas intensamente reconfortante) ao fazer o que mais amava: apreciar a vida.