Vultos da República


COMPANHIA DAS LETRAS

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Fernando Henrique Cardoso prefere mala de cor berrante e não guarda canhoto de cartão de crédito. José Dirceu fica "louco sem um hidratante", não passa em frente a um espelho sem conferir o visual e tem em casa um quadro pintado por José Sarney. Dilm a Rousseff confessa uma única tristeza na vida, a de não ser pintora. José Serra já foi "o galã das meninas" e nunca se sentiu tão bem quanto no palco, como ator. E Marina Silva só escreve com lapiseira e em letra de forma. Detalhes sem importância? Nem tanto, quando se trata de compor um bom perfil jornalístico - gênero em que a revista piauí vem se esmerando desde o primeiro número, de outubro de 2006. Numa era de minimalismo editorial, a piauí tomou uma bem-vinda contramão, dedicando largo te mpo e espaço à elaboração de perfis caprichados, que já renderiam algumas coletâneas. A primeira delas fecha o foco em personagens da cena política brasileira. Não só os que já disputaram votos - Serra, Marina, Dilma, FHC e José Dirceu - como outros influentes "vultos da República", para usar a rubrica não isenta de ironia que a revista cunhou para uns e outros: o ex-ministro Márcio Thomas Bastos; Sérgio Rosa, presidente do Previ, o maior fundo de pensão da América Latina; e, exceção entre poder osos, o caseiro Francenildo dos Santos, que involuntariamente embaralhou a sucessão do presidente Lula. Escritos por quatro dos melhores jornalistas brasileiros da atualidade - Consuelo Dieguez, Daniela Pinheiro, João Moreira Salles e Luiz Maklouf C arvalho -, os perfis reunidos neste livro certamente ajudam a iluminar o cenário político brasileiro. Mais do que isso: por sua alta qualidade, são textos sem data de validade, capazes de sobreviver à circunstância e continuar sendo, muito além de ou tubro próximo, uma leitura fascinante.