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LIVRO DOS PEIXES DE WILLIAM GOULD, O
RICHARD FLANAGAN
COMPANHIA DAS LETRAS
57,00
Indisponível
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No início do século XIX, o ladrão e falsário William Gould foi condenado a 49 anos de prisão numa colônia penal da Tasmânia. Ali, coagido pelo médico do presídio, fez uma série de pinturas retratando peixes da região. Inspirado no personagem, o tasmaniano Richard Flanagan reconstitui as terríveis condições da colonização inglesa.
Em lugar do realismo, porém, Flanagan prefere o registro da fantasia. O diretor da colônia penal, um louco que usa uma máscara de ouro, utiliza a mão-de-obra dos prisioneiros para empreender construções absurdas, como uma imensa ferrovia que liga o nada a lugar nenhum. O médico-chefe da prisão vive em companhia de um porco (com o qual acredita se comunicar) e sonha ingressar na Real Academia de Ciências.
O narrador da história encontra o caderno do falsário, escrito no cárcere. Preso numa solitária imunda, diariamente alagada pela maré, Gould só pode escrever com o material que tem à mão. Assim, cada capítulo é escrito na tonalidade peculiar da "tinta" utilizada: sangue de canguru, o fluido extraído de um molusco ou excrementos do próprio Gould.
Num estilo que combina realismo mágico, digressões filosóficas e inventividade lingüística, Flanagan faz com que a escrita e os peixes de Gould se tornem foco de resistência contra a opressão da colônia penal e, ao mesmo tempo, expressão da sobrevivência da liberdade num lugar onde só a imaginação escapa ao confinamento e ao sadismo.
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