TEATRO: LESTE & OESTE

C., PRONKO
PERSPECTIVA

84,90

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O teatro do Oriente, até a bem pouco, constituía uma espécie de livro selado. Apesar de ter suscitado em línguas européias em literatura não escassa, em que não faltam narrativas de viajantes, estudos histórico-críticos e diferentes traduções de text os, eram poucos os que até o segundo pós-guerra, mesmo no âmbito universitário, o conheciam de maneira mais intrínseca e se davam conta de suas notáveis realizações. É claro que existiam exceções marcantes, mas, de um modo geral, não passava de um ob jetivo raro, raríssimo mesmo. O exotismo, aliado a um colorido de mistério oriental, encerravam-no numa espécie de caixa de curiosidade sobre a qual passeava um olhar viajeiro, às vezes de interesse acadêmico, outras vezes turístico, mas que não ultr apassava a superfície do estranho, do bizarro, situado a muitas léguas da realidade vital e estética, bem como da importância espiritual desta arte. Foi preciso que numerosas explosões sócio-políticas atingissem as estruturas do colonialismo e abalas sem o etnocentrismo cultural do Ocidente, para que começasse aflorar à consciência euro-americana, em especial uma apreensão mais pertinente e profunda da dimensão e da magnitude efetivas do teatro do Oriente. E dentre as obras que registram este nov o passo, em cujo horizonte começa a delinear-se uma compreensão maior da originalidade e da amplitude da elaboração dramática do gênio teatral do Leste, encontra-se, com um espaço próprio, pelo modo informal e ao mesmo tempo ricamente combinatório e integrador, o livro de Leonard C. Pronko. ''Teatro: Leste & Oeste'' não se propõe a uma descrição sistemática da história e dos gêneros dos teatros que focaliza. Ainda que o faça a seu modo, detém-se sobretudo nos aspectos que caracterizam o espírito e as técnicas de representação. O propósito é trazer à luz o Oriente teatral, como palco de uma arte viva, em ato, que totaliza, numa unidade singular, texto dramatúrgico e concretização cênica. De fato, trata-se de captá-lo naquilo que ele tem de m ais específico como arte de representação e naqueles elementos com os quais já contribuiu e poderá contribuir para desenvolver e aprofundar a linguagem cênica do Ocidente, arrancando-a de sua arraigada submissão à palavra literária, em detrimento do gesto teatral, para além do signo verbal e/ou em conexão com ele, como expressão da riqueza simbólica, atropológica, social e espiritural do Teatro.