A CRIANÇA DIFÍCIL

ANDRÉ, BERGE
LICEU

68,90

Sob encomenda
10 dias


O hábito condenável de certos educadores relembrarem, a propósito do mínimo deslize, todas as faltas passadas, só contribuirá para formar a personalidade do culpado de acordo com o modelo que se teve a imprudência de arquitetar e colocar diante dele. Entretanto, o meu propósito não é fornecer aqui receitas, em que sou o primeiro a não acreditar. Uma coisa, porém, é dar receitas e outra mostrar obstáculos! Cabe a cada um navegar, em seguida, com os meios de que dispõe, levando em conta, n a medida do possível, o conhecimento dos mares por onde transita. Naturalmente, na hora da tempestade o melhor dos timoneiros nem sempre consegue evitar mesmo os obstáculos indicados no mapa. Mas, nem por isso, deve achar que só lhe resta soçobra r; ao contrário, deve usar de todos os recursos para fechar os buracos por onde esteja entrando a água e assim desencalhar o navio. As crianças difíceis devem ser consideradas sobretudo “crianças-problema”; para resolver os problemas que elas apr esentam, é preciso, em geral, certa dose de reflexão, observação e imaginação. Não se deve recorrer a atitudes pedagógicas ou pseudopedagógicas convencionais, nem se fiar em seus próprios automatismos; pois, ao que parece, é, ao contrário, livrando-s e de seus automatismos costumeiros, que pais e educadores, com certa surpresa, alcançarão frequentemente os resultados mais satisfatórios. Ir de encontro à maré exige coragem e domínio não apenas de seu consciente como de seu inconsciente. E, no e ntanto, é assim que se têm as melhores oportunidades de criar clima educativo mais favorável. Desta forma, pode-se esperar não somente a correção de algumas perturbações caracterológicas, mas ainda aprender a evitar a produção de crianças difíceis ... mais do que convém.