REGIONAL COMO OPÇÃO, REGIONAL COMO PRISÃO

EDUARDO, DIMITROV
ALAMEDA

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Regional como opção, regional como prisão, trajetórias artísticas no modernismo pernambucano De Eduardo Dimitrov O livro de Eduardo Dimitrov trata da questão espinhosa das relações tripartites entre metrópoles estrangeiras, centros nacionais e pr ovíncias, por meio da análise de gerações de artistas plásticos pernambucanos entre 1930 e 1960. Esmiúça os meandros da dialética entre a hegemonia exercida pelo eixo Rio-São Paulo e as estratégias de legitimação acionadas na periferia, instada a rea firmar a primazia do universo regionalista de experiências sociais, de cultura material, de uma comunidade imaginada à revelia do cosmopolitismo em voga. Sem menosprezar as disparidades de peso econômico e político entre regiões e capitais que inc idem sobre o capital de influência, o estudo do caso pernambucano escancara os alicerces da geografia artística brasileira, cujo regime de trocas e de autoridade se delineia em meio a convulsões, a contrapelo da história da arte canônica. A exemplo d a interpretação magistral dos condicionantes de toda ordem que presidiram à disjunção entre centros e províncias na arte italiana, de Enrico Castelnuovo e Carlo Ginzburg, Dimitrov explora os limites e os feitos dos pintores e gravadores atuantes em R ecife, sem pedágio aos prumos convencionais da crítica. Ciente dos limites em que se move a pulsão criativa na província, o autor investe na tessitura matizada dos liames envolvendo os protagonistas em luta no interior do campo artístico: faz vale r os efeitos do intercâmbio direto entre artistas locais e mestres europeus, amiúde dispensando a mediação exercida nos redutos nacionais dominantes; explora com argúcia os procedimentos e as representações investidas no trabalho de infundir caracter es “universais” aos artefatos “locais”; revela como se transmutam repertórios e técnicas “populares” em obras de arte lastreadas em sintaxes eruditas. Os capítulos consagrados às trajetórias de Francisco Brennand e de Gilvan Samico desvelam, à sacied ade, as condições sociais propícias ao assombro de uma atividade artística inovadora da parte de artistas distantes do stablishment da cultura nativa, em sintonia com técnicas arcaicas, com imaginário folclórico e iconografias mescladas. Seriam os eq uivalentes às figuras de Pontormo e Lotto no esquema italiano. Eis um trabalho primoroso em sociologia da arte, apoiado em documentação consistente, em diálogo com especialistas no assunto, capaz de visada receptiva aos repentes criativos na provínci