AZIRA’I: UM MUSICAL DE MEMÓRIAS

DUDA, RIOS
COBOGO

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Por seus profundos conhecimentos medicinais e espirituais, Azira’i se tornou a primeira mulher da Terra Indígena de Cana Brava, no Maranhão, a ocupar a categoria dos Pajés Supremos dos povos Tentehar. Zah?, sua filha caçula, herdou o seu poder de can to, forma de se comunicar com os Mairas, entidades Tentehar. A relação entre mãe e filha, contudo, é impactada pelo contexto conflituoso em que estão inseridas, marcado por um processo de aculturamento e marginalização. Tomada por uma “perturbação ” avassaladora, a pajé despeja sua angústia sobre a menina – que, anos mais tarde, perceberá essa mesma inquietação tentando dominá-la. É através dos lamentos cantados em comunhão com os Mairas que essas duas mulheres revelam uma força de vida que tr ansborda. Azira’i – Um musical de memórias, escrito por Zah? Tentehar e Duda Rios, alterna cenas em português e em Ze’eng eté, língua do povo Tentehar. A peça ganhou o Prêmio Shell nas categorias Melhor Atriz, para Zah? Tentehar, e Melhor Iluminaç ão, e o Prêmio APTR nas categorias Espetáculo, Direção, Iluminação e Jovem talento – Atriz. “Zah? está abrindo caminho pra outros que virão, pra que também contem a nossa história. A história das nossas mães, das nossas avós, dos nossos pais.” Ail ton Krenak Trechos “A menina já tá pegando no sono. Ela passou o dia todo tomando banho de rio, subindo em árvores e catando pedrinhas. De repente, a mãe se levanta e vai até a menina. Pega a menina, volta em direção à porta, põe a menina pra f ora, fecha a porta. A menina chora. Tenta abrir a porta, mas a porta tá trancada.” “A mãe era uma pessoa muito admirada e respeitada. Contava histórias e canções, e curava muita gente. Só não pôde curar a si própria. Tinha alguma coisa na mãe que perturbava muito ela. Mas que ela não conseguia enxergar o que era. A mãe precisava do escuro pra enxergar dentro dela. Só que na cidade os alienígenas têm uma mania de botar luz em tudo que é canto. É como se todo mundo tivesse querendo uma vida ilu minada. Só que nunca chega.”