PARTIDA

INEZ, VIANA
COBOGO

52,00

Estoque: 17

Partida é o segundo texto para o teatro da atriz, diretora teatral e dramaturga Inez Viana, autora de A última peça (2018). Em cena, duas artistas conversam sobre a peça que pretendem criar. A inspiração é uma carta, encontrada depois de 30 anos, esc rita pela mãe de uma das personagens, na qual ela termina um relacionamento após assistir, em 1999, ao espetáculo Partido, adaptação do livro O visconde partido ao meio, de Italo Calvino, pelo Grupo Galpão. Permeada por marcos de tempos múltiplos, do país e do mundo, Partida investiga com humor e graça o poder da arte e do teatro na vida de cada um. O livro conta com textos de Marcio Abreu e Inês Peixoto e posfácios de Denise Stutz e Bem Medeiros, idealizadora e produtor da peça, que é dirigida por Debora Lamm. “Em meio à pandemia, quando a morte era a questão, Partida sugeriu e sugere vida no interior da linguagem, abrindo acesso ao imaginário não apenas como refúgio, mas como território: lugar de criação e de vida”, Marcio Abreu. “ O moto-contínuo da arte nos surpreende sempre. O poder da arte de germinar em alguém e brotar transmutada em outra semente. ‘Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.’ Eu diria que essa beleza alquímica expressa por Lavoisier faz p arte da essência do teatro. [...] Uma mulher se moveu após assistir o Galpão e uma carta estava movendo três mulheres artistas a um processo criativo”, Inês Peixoto. Trechos “INEZ: Mas na carta não fala qual cena gerou a epifania, o momento em qu e caiu a ficha pra ela, pra mãe de uma de nós duas aqui. Só fala que ela estava assistindo à peça e resolveu terminar o relacionamento com o amante. Ela tinha 74 anos. Ele, 44. DENISE: De verdade, ela não queria terminar, não. Gostava dele, ainda. Mas precisava mudar, ir além, e viu isso naquele dia, assistindo àquela peça. Ele era 30 anos mais jovem que ela, mas não foi esse o motivo. INEZ: Essa é a história de um romance de uma mulher de 74 anos interrompido durante uma peça de teatro.” “DENISE: Cena 4. Tapadeiras cruzam o palco, manipuladas pelos próprios atores. O menino passeia por elas e segue lendo o livro, contando a história. Aparece o visconde: ‘Você está vendo, menino? Que se pudesse partir ao meio toda coisa inteira, qu e todos pudessem sair de sua obtusa e ignorante inteireza...’ — me pergunto se ela já não se sente partida ali — ‘a sala de um teatro é um lugar muito perigoso. Juntam-se pessoas, energias diferentes fluem soltas...’, escreveu na carta.” Sobre a a