FINNEGANS WAKE: CAPÍTULO VIII – ANNA LIVIA PLURABELLE

JAMES, JOYCE
KOTTER

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Previsão para o Bloomsday *** Está em sua mão o capítulo 8 de Finnegans Wake, “Anna Livia Plurabelle”, o mais conhecido do livro. Foi muitas vezes traduzido, e por nomes importantes, como Samuel Beckett. O próprio Joyce acompanhou a tradução d e “ALP” para o francês e o italiano. É deste capítulo a porção do livro que Joyce leu para um gravador em 1929, em Cambridge, quando o título Finnegans Wake, que emergiu em 1939, ainda era um mistério e o livro se chamava “Work in Progress”, uma “ Obra em curso”. Ao escrever esta orelha me pego pensando no quanto a palavra “orelha” é importante em Finnegans Wake, obra-rio em que riocorre Persse O’Reilly (oreille = orelha) ou Earwicker (ear = ouvido / orelha). Em outras línguas, esse flap do livro tem nomes menos sugestivos. Que capricho da língua portuguesa ter orelha e não rabat! Penso, também, em como o tradutor Vinícius Alves, habitante das águas catarinenses, fez bom uso da memória infantil gravada na concha da sua orelha para u sar nesta tradução de “Anna Livia Plurabelle” o falar das lavadeiras da praia de Cacupé. Nada de “gagagueira dublínica” por aqui. O “somtido” vem de outras praias. Joyce foi cristalino ao dizer que Anna Livia fala a língua de um rio. Por isso, que m mergulha a traduzir essa conversa de lavadeiras à beira do Liffey precisa nadar livremente pelas águas que lhe marulharem. “Agorouva”, diz uma das mulheres. E quem esticar as orelhas e lhe obedecer vai aos poucos sair da deriva “antiabecedariana” e entrar no delta da fruição. Deixe-se, às vezes, ir à toa. Navegue pelo som desta tradução para sentir o curso do rio e entender que Finnegans Wake, como os melhores trabalhos da literatura, nunca deixou de ser uma obra em curso. Esta tradução é da pontinha da orelha. Ouça até o final que “vais ti finná dirri”. Vitor Alevato do Amaral ***