O PALÁCIO E A CASERNA: A DINÂMICA MILITAR DAS CRISES POLÍTICAS NA DITADURA (1964-1969)

MARTINS, FILHO
ALAMEDA

84,00

Sob encomenda
11 dias


Publicado em 1995, este livro propôs pela primeira vez que o panorama militar depois do golpe de 1964 foi mais complexo do que propunha a literatura sobre o tema. Ao invés de aceitar a presença apenas de duas correntes – os castelistas ou moderados e os radicais da chamada linha dura – encontrou pelo menos quatro “partidos” castrenses que se dividiram em torno de dois eixos: as sucessões presidenciais e os conflitos entre o governo e os quartéis. Tanto em sua estrutura como em sua dinâmica, o re gime do pós-1964 é definido como uma ditadura militar. Sua atualidade permanece num momento em que as Forças Armadas voltaram a ocupar papel chave na política brasileira. ----------------------------------- Vale o clichê: a reedição deste livro v em em boa hora. Único trabalho acadêmico a assumir como objeto de estudo, de um ponto de vista da história política, a relação dialética unidade x divisão no interior das Forças Armadas brasileiras durante o regime ditatorial estabelecido no país em 1964, O Palácio e a Caserna, do professor João Roberto Martins Filho, constitui, desde a sua primeira edição em 1995, uma referência incontornável no estudo do processo político-militar a partir da deposição do presidente João Goulart. Uma perspec tiva formalista, obscurecida pela criação do Ministério da Defesa em 1999, julgava as Forças Armadas, finalmente, afastadas do cenário político e subordinadas ao “poder civil”. As recentes eleições gerais no país bastam para sugerir um quadro diferen te. E, para entendê-lo e poder atuar em função dele, é preciso penetrar na sua dinâmica própria, resultante da interseção de duas lógicas: a organizacional, estruturada pelas noções de hierarquia e disciplina, e a política, determinada por perspectiv as ideológicas diretamente vinculadas às disputas pelo poder de Estado. O eixo da “política militar” passa a ser, a partir daí, a relação de unidade – valor central na cultura militar – e competição – inerente ao processo político. O Palácio e a Caserna, ao tratar do desenvolvimento desta dialética entre 1964 e 1969, destrincha conjunturas políticas e uma dinâmica de crises cruciais para a compreensão das especificidades da “política militar”. Se as Forças Armadas brasileiras saem hoje dos bastidores e retornam à cena, os resultados da pesquisa desenvolvida por João Roberto Martins Filho mantêm a sua atualidade temática e o vigor analítico, e estão agora acessíveis ao público com a reedição deste livro há muito esgotado. Renato Luí