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O labirinto da hipermídia
Leão, Lucia
ILUMINURAS
69,00
Sob encomenda 11 dias
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O livro que o leitor tem em mãos propõe um caminho fértil para a abordagem das novas formas conceituais, poéticas narrativas que hoje estão sendo experimentadas em meios e suportes não-lineares, como as memórias de acesso aleatório dos computadores, as redes telemáticas e dispositivos de armazenamento tais como CD-ROMs, CD-Is, laserdises, DVD, etc. Sabemos que esses meios e suportes possibilitam uma recuperação interativa dos dados armazenados, ou seja, eles permitem que o processo de "leitura'' ''" seja cumprido como um percurso, definido pelo próprio "leitor" (agora chamado de usuário), ao longo de um universo textual e audiovisual onde todos os elementos são dados de forma simultânea. Nesses novos formatos de estruturação de textos, image ns e sons, o usuário pode entrar no dispositivo a partir de qualquer ponto, seguir para qualquer direção e retomar a qualquer "endereço" já percorrido. A disponibilidade instantânea de todas as possibilidades articulatórias do sistema verbo-áudio-vis ual favorece uma arte da combinatória, uma arte permutativa, definida mais pelas suas leis de articulação, pelo algoritmo combinatório, do que pelas soluções apresentadas como definitivas e acabadas.
Passados os primeiros momentos de euforia com a de scoberta das possibilidades das novas máquinas, passado o deslumbre diante da pura novidade técnica da interatividade, é chegada a hora da verdade, quando artistas, criadores, críticos e investigadores em geral (e não apenas técnicos de laboratório) deverão propor formas mais orgânicas e novas estruturas narrativas adequadas para as arquiteturas permutativas. Aqui aparecem realmente as dificuldades, pois, a rigor, não temos uma tradição de obras interativas em que nos baseamos. Quando o cinema s urgiu, ele foi buscar seus modelos narrativos na literatura e no teatro. Onde deveríamos buscar modelos discursivos para as novas mídias? Estamos aparentemente diante de uma situação de tabula rasa: tudo parece que deve ser pensado a partir da estaca zero.
Lucia Leão não parece concordar com a ideia de uma tabula rasa. Neste seu luminoso livro, ela propõe um caminho de análise, uma alternativa de abordagem capaz de recolocar a questão da hipermídia dentro do grande panorama das culturas humanas de hoje e de sempre. O que ela propõe basicamente é pensar a hipermídia a partir da metáfora do labirinto, partindo da consideração de que as novas formas midiáticas reproduzem com perfeição a estrutura intrincada e descentrada deste último. Nada mai
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