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ERA UMA VEZ... TRÊS!
ROSANE, PAMPLONA
MODERNA LITERATURA
83,00
Estoque: 5
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As histórias de Era uma vez... três! são divertidas e bem-humoradas. Sua engenhosidade, porém, não está presente simplesmente no enredo e nos acontecimentos narrados, mas também, e principalmente, na pr ópria forma com que são narradas. O narrador não é um narrador neutro e impassível, fiel à sua história, mas sim um narrador trapaceiro, que joga o tempo todo com a expectativa do leitor/ouvinte. Por v ezes, a cada pequeno passo que a narrativa dá, o narrador repete intencionalmente informações que o leitor já conhece, antes de acrescentar qualquer informação nova. Enquanto isso, o leitor, que quer saber o final da história, não tem outra escolha a não ser se submeter à "tirania" do narrador, enquanto espera, com a atenção muito desperta, qualquer novo movimento. Algumas vezes, o leitor terá o prazer aliviado de ver o confuso emaranhado de informações acumuladas se desdobrar numa conclusão, mas nem sempre. Às vezes, esse narrador maroto vai ainda mais longe em sua trapaça, criando uma longa seqü&ecir c;ncia de histórias dentro de outras histórias que nunca encontra um fim. Nesse formato de narrativa, a história só se completa no jogo com o outro: esse narrador trapaceiro só pode realizar sua brincadeira se houve r alguém disposto a ouvi-lo. Se nos dispusermos a cair nessas saborosas armadilhas, provavelmente nos lembraremos, então, que a literatura também é contato, troca; que ela é, portanto, algo muito vivo e dinâmi co.
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