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Eurídice e outros poemas
D., H.
CIRCULO DE POEMAS
69,90
Estoque: 14
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Leitoras e leitores brasileiros já conhecem, há bastante tempo, alguns dos grandes nomes do modernismo em língua inglesa, como Ezra Pound, Mariane Moore e William Carlos Williams, mas havia uma grande e inadmissível lacuna: a obra poética de H. D., f igura fundamental da poesia do século passado e indispensável para a contemporaneidade. Eurídice e outros poemas, antologia organizada e traduzida por Camila de Moura, é a prova de que sua presença entre nós era urgente.
O livro apresenta 37 poemas d os primeiros livros de H. D. — Jardim do mar (1916), O deus (1913-1917), Hímen (1921) e Heliodora (1924) —, posfácio e glossário elaborados pela tradutora, além de um perfil da poeta escrito por sua filha, Perdita Schaffner.
Nos versos de H. D., povo ados de divindades gregas, tem-se a impressão de estar entrando noutro tempo, noutro mundo, mas poucas páginas bastam para que se perceba uma poeta radicalmente moderna — atualíssima sob vários aspectos — que viveu muitas vidas. Em torno dela, giram não apenas referências ao mundo literário, mas também a Freud, cinema, múltiplas relações amorosas, duas guerras mundiais, a gripe espanhola, como se a primeira metade do século XX se agitasse em torno de uma única figura.
Os poemas reunidos formam u ma ponte extraordinária entre passado e presente, feita não apenas por meio da tradução (a estreia de H. D. em livro se deu com uma tradução para o inglês dos coros de Ifigênia em Áulis, de Eurípides, em 1916), mas sobretudo pela incorporação criativ a da poética e da cultura gregas em sua obra “imagista”, marcada pela busca de uma expressão concisa, clara, sem adornos ou palavras supérfluas.
Para lidar com seu mundo, H. D. encontrou na Antiguidade um campo fértil para experimentações, e nas deus as gregas a mais perfeita máscara. Assim, se fez precursora de tantas poetas (como a canadense Anne Carson e a brasileira Luiza Romão) que atravessam essa ponte para romper o silêncio imposto às mulheres numa história contada sempre pelos homens: “ar riscarei minh’alma inteira/ por essa beleza”.
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