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CONCRETO: ARMA DE CONSTRUÇÃO EM MASSA DO CAPITALISMO
ANSELM, JAPPE
ELEFANTE
70,00
Sob encomenda 7 dias
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Anselm Jappe decidiu colocar no papel as reflexões que deram origem a este livro em 2018, após o desmoronamento de um famoso viaduto na Itália, construído em concreto armado. Antes que essa obra inaugurada em 1967 viesse abaixo, porém, o estado deplo rável da cidade administrativa de Chandigarh, na Índia, inaugurada nos anos 1950, já havia instigado o pensamento de Jappe sobre o uso e o abuso do material que se tornou a estrela da construção civil em todo o mundo no século XX — e assim continua — , fazendo a fama de arquitetos celebridades enquanto espalha pelo mundo feiura e edificações de vida útil curtíssima, ignorando as realidades locais e contribuindo para a degradação do meio ambiente. “O concreto constitui um dos lados concretos da ab stração mercantil produzida pelo valor, que é, ele próprio, criado pelo trabalho abstrato”, escreve. “Não se trata de um dito gracioso com base num jogo de palavras. Esse material aparentemente inofensivo pode realmente ser considerado o lado concret o da abstração capitalista?”
Ao evocar o concreto, falamos inevitavelmente da arquitetura moderna — do século XX — e de seus protagonistas, mas também do funcionalismo e do urbanismo, e enfim da cidade contemporânea. Por outro lado, um certo número de discursos também trata das arquiteturas tradicionais e de seus contextos sociais. Em suma, um vasto campo se abre para a reflexão. […]
O concreto armado conheceu um impulso espetacular, pelo menos no mundo ocidental, entre os anos 1950 e 1970. Assim, que futuro é possível entrever para boa parte de nosso ambiente construído? […]
Será que o concreto mantém relações com o capitalismo para além da questão da expansão dos lucros de alguns, chegando a ponto de ser a perfeita materialização d a lógica do valor mercantil? Esse material aparentemente inofensivo, que os ingleses chamam de “concrete” e os espanhóis, assim como os brasileiros, de “concreto”, pode realmente ser considerado o lado concreto da abstração capitalista? Nesse caso, v eremos que o “sujeito automático” da valorização do valor tem um poder muito mais destruidor do que todos os maus engenheiros e todos os acionários ávidos juntos. […]
Além da questão de saber qual lógica histórica tornou possível a existência do c oncreto, convém também se perguntar sobre aquilo que o concreto tornou possível. Logo, a crítica desse material poderá se estender para uma crítica da arquitetura dita “moderna” e também do urbanismo contemporâneo, interessando-se não apenas pelo uso
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